Aeromovel: veja como é por dentro monotrilho que vai ligar CPTM a terminais do Aeroporto Internacional de SP
10/12/2025
(Foto: Reprodução) Aeromovel: veja como é monotrilho que vai ligar CPTM a terminais no Aeroporto de Guarulhos
O monotrilho que deve ligar o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, à Linha 13-Jade da CPTM tem a mesma aparência do Expresso Aeroporto, também da companhia. Por ser pensado para passageiros do aeroporto, o veículo tem menos assentos do que um trem comum, já que precisa de espaço para alocação de bagagens e conta com um itinerário relativamente curto.
Vídeos divulgados pelo Consórcio AeroGru, responsável pela obra, mostram funcionários do aeroporto usando o "Aeromovel", como foi batizado, em dias de teste (vídeo acima).
A tecnologia do trem é baseada na propulsão pneumática, ou seja, o ar é pressurizado por ventiladores de alta eficiência energética para o interior da via elevada. O ar empurra ou puxa uma placa de propulsão fixa ao veículo, que se move por rodas de aço sobre trilhos ferroviários. Circuitos de propulsão criam blocos de controle exclusivos e independentes para cada veículo movido.
O equipamento começou a operar em 4 de dezembro, mas apenas para passageiros convidados e funcionários. O lançamento do sistema já passou por ao menos quatro adiamentos.
No início de outubro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez uma vistoria no monotrilho e apontou que os sistemas de automação, controle e operação do trem não estão concluídos, o que impede a liberação para funcionamento.
O projeto segue sem previsão de entrega para o público geral e ainda apresenta falhas consideradas graves pelos técnicos da agência. A entrega inicial estava prevista para fevereiro de 2024, mas o cronograma acumula quase dois anos de atraso.
Enquanto isso, quem desembarca na Estação Aeroporto-Guarulhos, da CPTM, continua dependente de ônibus para chegar aos terminais do aeroporto. Os veículos, que deveriam funcionar apenas de forma provisória, operam desde 2018, quando a estação foi inaugurada.
➡️ O transporte está previsto no contrato de concessão do Aeroporto de Guarulhos, o que significa que cabe à Anac fiscalizar sua implementação para saber se a operadora está cumprindo as obrigações contratuais.
1ª composição do "people mover" entregue no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos
Divulgação/Governo Federal
O Consórcio AeroGru, responsável pela obra, informou que "o sistema já passou por mais de 15 mil testes de desempenho e segurança e encontra-se totalmente funcional. Após a conclusão das etapas finais de certificação e a fase inicial com passageiros convidados, o Aeromovel terá ampliação progressiva de sua capacidade até atingir a operação plena".
Desde 1º de outubro, o sistema já estava em operação simulada sem passageiros, em regime parcial de oito horas diárias.
"A entrada em operação ocorre de forma faseada, seguindo as recomendações da entidade certificadora e as melhores práticas internacionais para sistemas automatizados de transporte de passageiros em aeroportos de grande porte. Esse modelo garante que todos os processos sejam acompanhados e ajustados de maneira segura, gradual e controlada, antes da operação plena", afirmou a concessionária.
Mapa do trajeto do aeromóvel
Reprodução
Monotrilho entre terminais no Aeroporto de Guarulhos será construído pela GRU Airport
A agência informou que estuda a aplicação de sanções em razão da demora na conclusão das obras e das pendências técnicas ainda não resolvidas. O órgão também deve cobrar um novo cronograma atualizado de entrega.
🔎 A GRU Aiport é responsável por construir e operar o monotrilho, mas o fornecimento dos veículos (composições) do transporte cabe ao consórcio AeroGRU.
'People Mover'
Anunciado em 2019 pelo ex-governador João Doria, o monotrilho, que iria se chamar "People Mover", foi alvo de questionamentos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) — que alegava falta de estudos para comprovar que o modal era a opção mais viável para ser implementada no aeroporto.
As obras foram paralisadas em setembro de 2021 e só puderam ser retomadas no ano seguinte, mediante a aprovação do TCU, após o governo de São Paulo sanar irregularidades apontadas em auditorias feitas pelo tribunal.
O sistema possui 2.700 metros de extensão, com três veículos projetados para acomodar 200 usuários cada.
A primeira composição do monotrilho foi entregue em Cumbica em março de 2024.