DF tem atos da direita e da esquerda no 7 de Setembro; anistia e soberania foram temas principais
07/09/2025
(Foto: Reprodução) Natuza Nery: Anistia ainda tem muitos obstáculos pela frente
Grupos ligados a partidos de direita e de esquerda fizeram manifestações neste domingo (7) em Brasília, por ocasião do 7 de Setembro.
Nos atos, os manifestantes exibiram faixas e camisetas com temas como anistia e soberania nacional.
No protesto da direita, as mensagens pediam anistia aos golpistas do 8 de janeiro e novas punições dos Estados Unidos ao governo Luiz Inácio Lula da Silva e ao Supremo Tribunal Federal.
No protesto da esquerda, o grupo exibiu mensagens em defesa da soberania nacional, contra a anistia e com pautas do governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Ato de partidos e organizações de esquerda no 7 de Setembro, em Brasília
TV Globo/Reprodução
Ato de partidos e organizações de direita no 7 de Setembro, em Brasília
TV Globo/Reprodução
Por determinação da Secretaria de Segurança Pública do DF, os grupos ficaram em espaços definidos previamente – separados um do outro e distantes do desfile oficial, na Esplanada dos Ministérios.
A manifestação a favor do governo Lula e contra a anistia ficou na praça Zumbi dos Palmares, no Conic. Já o grupo contra Lula e pró-anistia ficou no gramado da antiga Funarte, no Eixo Monumental.
Até as 12h30, as forças de segurança não tinham registrado nenhum tipo de confronto ou provocação entre grupos.
Cartaz levado por manifestante a ato de partidos de esquerda no 7 de Setembro em Brasília
Mariana Assis/g1
Cartaz levado por manifestante em ato de partidos de direita no 7 de Setembro, em Brasília
Afonso Ferreira/TV Globo
Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.
O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.
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