Dólar abre em alta nesta segunda-feira, com escalada do conflito no Oriente Médio após ataque dos EUA ao Irã

  • 23/06/2025
(Foto: Reprodução)
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,45%, cotada a R$ 5,5248. Já a bolsa de valores encerrou o dia em queda de 1,15%, aos 137.116 pontos. Notas de real e dólar Amanda Perobelli/ Reuters O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (23) em alta, conforme investidores repercutiam a escalada das tensões no Oriente Médio. A moeda avançava 0,16% às 09h02, cotada a R$ 5,5335. As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam às 10h. ▶️ O principal destaque da sessão fica com a escalada vista no conflito entre Israel e Irã no final de semana, após os Estados Unidos terem atacado três instalações nucleares iranianas na madrugada de domingo (22). Em retaliação, o Parlamento iraniano aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, rota marítima considerada a mais importante do mundo para o transporte do petróleo. A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima e afetando os mercados. (Entenda mais abaixo) ▶️ Na reabertura dos mercados após o feriado, investidores reagiram à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada na quarta-feira (18), de elevar a taxa básica de juros do Brasil para 15% ao ano — maior patamar da Selic em quase 20 anos. Tão importante quanto a decisão em si era o conteúdo do comunicado. O Banco Central (BC) declarou que pretende interromper a elevação da taxa básica de juros para observar seus impactos na economia, mas observou que os juros devem seguir elevados por um período "bastante prolongado". ▶️ Na quarta, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, também anunciou sua decisão sobre juros — que veio em linha com o esperado. A instituição manteve as taxas inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano e seguiu com sua previsão de realizar dois cortes até o fim de 2025, totalizando uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) no período. Os mercados também seguem cautelosos diante das incertezas comerciais, à medida que se aproxima o prazo para o fim da suspensão do tarifaço imposto por Donald Trump, que afetou mais de 180 países. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros. Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado. Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão 💲Dólar a Acumulado da semana: -0,32%; Acumulado do mês: -3,38%; Acumulado do ano: -10,60%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: -0,07%; Acumulado do mês: +0,07% Acumulado do ano: +13,99%. Israel X Irã Bomba dos EUA pode mudar rumo do conflito Irã-Israel O conflito entre Irã e Israel chegou ao oitavo dia nesta sexta-feira (20). Desde sexta (13), as trocas de ataques deixaram mais de 240 mortos nos dois países, segundo autoridades locais. Em suas redes sociais, Trump alertou na última terça-feira que a paciência dos EUA estava se esgotando. Embora tenha dito que não havia intenção de matar o líder do Irã "por enquanto", seus comentários sugeriram uma postura mais agressiva em relação ao Irã. Já nesta quinta, o presidente dos EUA afirmou que tomará uma decisão sobre o envolvimento direto do país na guerra entre Israel e Irã nas próximas duas semanas. Em comunicado à imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que estava citando o próprio presidente Trump e afirmou: "Como existe uma chance substancial de fazer negociações com o Irã em um futuro próximo, vou tomar minha decisão, sobre atacar ou não, nas próximas duas semanas." Nesta quarta (18), o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou em pronunciamento na TV estatal que não irá se render e que qualquer ataque direto dos EUA ao país terá "consequências irreparáveis". Ele disse que "aqueles que conhecem a história do Irã sabem que os iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça". O mercado financeiro global tem sido influenciado pelo possível agravamento do conflito no Oriente Médio. Situações de incerteza costumam levar a uma maior procura por ativos considerados seguros, como o dólar. Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto. A commodity subiu cerca de 10% desde o início do conflito — mesmo após o Irã ter afirmado que suas instalações permanecem intactas até o momento. No primeiro dia de registros de ataques, os preços do petróleo já haviam subido mais de 8%. A principal preocupação é se o conflito afetará o Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo. Diante de um possível ataque direto dos EUA contra o Irã, o governo iraniano ameaçou fechar o canal marítmo. 'Superquarta' O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na quarta-feira (18) manter o ciclo de alta da taxa básica de juros e elevar a Selic para 15% ao ano. Foi o maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa Selic estava em 15,25% ao ano. 🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. A decisão foi por unanimidade. Ou seja, todos os diretores do Copom e o presidente, Gabriel Galípolo, votaram no mesmo sentido. O Copom justificou que as incertezas na economia dos EUA exigem cautela nos países emergentes, como o Brasil. Entenda este e outros recados do comitê. ▶️ ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, o Fed manteve as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Os mercados ainda apostam em dois cortes até dezembro, com um primeiro movimento em setembro sendo visto como o mais provável. Mais cedo, Trump voltou a criticar o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmando que o homem que ele colocou no cargo durante seu último mandato fez um "trabalho ruim". A repórteres na Casa Branca, o presidente norte-americano chegou até a mencionar a possibilidade de se nomear para liderar o BC dos EUA. "Powell chegou tarde demais", disse, referindo-se ao seu desejo de cortes de juros. No comunicado divulgado após a decisão, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reafirmou que as incertezas em torno das perspectivas econômicas seguem elevadas, mas ponderou que elas diminuíram em relação à última reunião. A postura cautelosa do Fed reflete, principalmente, a política tarifária do presidente Donald Trump. "Powell voltou a manter sua postura cautelosa, mas deixando claro que o cenário tende a piorar – o que já havia ficado evidente nas projeções de inflação, crescimento e juros divulgadas no comunicado posterior à decisão", afirmou Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos. Na semana passada, os investidores repercutiram o novo acordo tarifário entre EUA e China. Eles têm acompanhado de perto a situação preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos. 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global. Segundo o economista da CM Capital, Matheus Pizzani, a decisão do Fed reforça a perspectiva e que o mercado pode acabar sendo pego de surpresa no segundo semestre do ano. "Além das entrelinhas do comunicado [...] deixarem nítido que o Fed não tem pressa em mudar seu atual posicionamento em termos de política monetária [...] a decisão de hoje também trouxe outros elementos importantes que jogam a favor de um cenário de estabilidade de juros até o final do ano", opinou.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/06/23/dolar-ibovespa.ghtml


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