Ex-delegado era reservado e não usava carro blindado; prefeito suspeita de execução com 'informação privilegiada'

  • 16/09/2025
(Foto: Reprodução)
Prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão lamenta morte de Ruy Ferraz Fontes O prefeito de Praia Grande, no litoral de São Paulo, Alberto Mourão (MDB), afirmou ao g1 que os assassinos do ex-delegado-geral de Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes tiveram “informação privilegiada” sobre a rotina da vítima, que ainda conduziu o carro por aproximadamente 600 metros antes de ser executado. Ele divulgou um vídeo lamentando a morte de Ruy, que era secretário municipal de Administração (assista acima). A execução ocorreu na última segunda-feira (15), na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim. Os carros usados pelos criminosos tinham sido roubados na cidade de São Paulo e foram encontrados pela polícia. O delegado Ruy foi velado nesta terça-feira (16) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na capital. De acordo com o prefeito, o ex-delegado não falava sobre a vida policial. "Ele era muito reservado", explicou. Apesar disso, Mourão contou que o atual secretário andava armado e tinha carro blindado, mas só usava o veículo quando ia para São Paulo. "Ele tinha dois carros. Um que ele andava por aqui (no litoral paulista) e, quando ia para São Paulo, usava o blindado", relembrou o prefeito. Vídeo mostra primeiro ataque a delegado após assassinos fazerem 15 minutos de tocaia Arma de ex-delegado Ruy Ferraz estava na bolsa dele durante ataque, diz delegado Governo de SP cria força-tarefa para prender assassinos de ex-delegado ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. 'Informação privilegiada' Mourão revelou que o primeiro ataque contra o ex-delegado ocorreu quando ele estava saindo da prefeitura. Os criminosos dispararam ainda de dentro do carro. Por isso, o chefe do Executivo acredita que os assassinos tinham dados sobre a rotina de Fontes. Prefeito Alberto Mourão falou sobre a execução do secretário de Administração, e ex-delegado-geral, Ruy Ferraz. Prefeitura de Praia Grande e Reprodução "Quem matou o Ruy tinha informação privilegiada. Ele não costumava sair da prefeitura neste horário", relatou. O prefeito informou que os tiros só não entraram no prédio da prefeitura porque acertaram pallets de comida que estavam na porta. "Encontramos 17 cápsulas de bala no chão", relatou. Fuga Segundo Mourão, o ex-delegado chegou a fugir de carro por alguns metros. "Ele não foi morto na hora. Então ainda andou cerca de 600 metros com o carro, mas o carro foi obstruído pelo ônibus e ele foi alcançado pelos bandidos", lamentou. Vídeo mostra primeiro ataque a delegado após assassinos fazerem 15 minutos de tocaia. Reprodução Confundiu tiros com trovoadas Ao g1, Alberto Mourão disse que estava em uma reunião na Secretaria de Educação no momento da execução e chegou a ouvir os disparos. "Foi ali na frente. Eu pensei que era trovoada, que ia chover", disse o prefeito, que soube do crime ao receber uma ligação minutos depois. Motivação Mourão não acredita que a morte do ex-delegado tenha relação com o cargo que ele ocupava na prefeitura, pois, como secretário de Administração, Fontes cuidava de compras, recursos humanos e patrimônio. "Ele estava tranquilo, não contrariou interesse de ninguém", afirmou o prefeito, dizendo que não soube de nenhum problema relacionado ao ex-delegado na administração. "Se tivesse sido algum problema administrativo, os caras não iam vir com três metralhadoras", disse. Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes Secretaria de Administração Mourão disse ainda que conheceu com Ruy Ferraz Fontes quando ele era delegado-geral e teve uma boa relação com ele, pois ouviu as necessidades da cidade na época. "Por isso, ele veio trabalhar com a gente. Vai fazer muita falta", finalizou o prefeito de Praia Grande. Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP Força-tarefa A Secretaria de Segurança Pública de SP determinou uma força-tarefa integrada das polícias Civil e Militar, visando a identificação e localização dos criminosos envolvidos no homicídio do ex-delegado-geral Ruy Fontes. A perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja abaixo). Segundo a SSP, equipes do DHPP, Deic, Garra/Dope, Cercos da capital e do Deinter 6 estão em diligências contínuas na região com apoio de batalhões da Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) de Santos e equipes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA). O caso foi registrado junto à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de demais departamentos. Segundo a SSP, dois veículos foram apreendidos na ocorrência e imagens de câmeras de segurança são analisadas. Também foram requisitados exames ao Instituto de Criminalística (IC), que estão em elaboração. O corpo do ex-Delegado foi encaminhado para o IML Central da capital paulista e liberado para familiares. Polícia investiga o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes Reprodução/TV Globo O crime O assassinato de Ruy Ferraz Pontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil, ocorreram momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde era Secretário de Administração. O local do crime fica a cerca de 650 metros do Paço Municipal, e a perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja acima). O crime aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, por volta das 18h de segunda-feira (15), no bairro Nova Mirim, perto do Fórum. Segundo a PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte de Ruy no local. Segundo o boletim de ocorrência, a Guarda Civil Municipal (GCM) encontrou vestígios de disparo de arma de fogo próximo da Secretaria de Educação (Seduc), revelando que a perseguição já vinha acontecendo em ruas paralelas. A pasta fica entre as ruas Primeiro de Janeiro e José Borges Neto. Após sair da prefeitura, as imagens de monitoramento mostram o carro de Ruy trafegando pela Rua Primeiro de Janeiro. Ele tenta acessar a Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, mas colide com um ônibus e o veículo capota. Em seguida, três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete que estava logo e atiram contra Ruy. Conforme a PM, informações iniciais indicaram que Ruy Ferraz Fontes perdeu o controle do veículo após ser baleado, mas isso ainda será confirmado nas diligências. A Prefeitura de Praia Grande e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentaram a morte do delegado. Novos vídeos mostram tiros e desespero de testemunhas durante execução de ex-delegado Dois feridos A Prefeitura de Praia Grande informou que um homem e uma mulher que caminhavam pelo local também foram baleados e atendidos pelas equipes do Samu, encaminhados inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude. De acordo com o município, as vítimas não correm risco de morte e foram transferidas para o Hospital Municipal Irmã Dulce, também na cidade. Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de SP Prefeitura de Praia Grande e Reprodução Quem era Ruy Ferraz Fontes Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/09/16/ex-delegado-era-reservado-e-nao-usava-carro-blindado-prefeito-suspeita-de-execucao-com-informacao-privilegiada.ghtml


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