Justiça de Bangladesh condena à morte Sheikh Hasina, ex-primeira-ministra do país, por crimes contra a humanidade
Justiça de Bangladesh condena ex-primeira-ministra à morte
A Justiça de Bangladesh condenou à morte a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, por crimes contra a humanidade.
O país de 170 milhões de habitantes, um dos mais populosos da Ásia, volta a viver dias turbulentos. A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina, nesta segunda-feira (17), foi condenada à morte.
O Tribunal de Crimes Internacionais, na capital, Daca, concluiu que ela comandou a repressão ao levante estudantil de 2024 - a onda de violência mais grave no país desde a independência, em 1971. A ONU calculou cerca de 1,4 mil mortos e milhares de feridos, a maior parte atingida por disparos das forças de segurança.
Hasina, de 78 anos, governou Bangladesh por 15 anos quase ininterruptos. Ela fugiu para a Índia em agosto, depois dos protestos, e foi julgada à revelia. No tribunal, as reações foram de aplausos, choro e orações. Parentes de vítimas se abraçavam.
A decisão ocorre a três meses das eleições parlamentares. O partido de Hasina, a Liga Awami, de centro-esquerda e historicamente defensor do secularismo em Bangladesh, foi impedido de participar. Aliados de Hasina afirmam que o julgamento teve motivação política. O governo interino, liderado pelo Nobel da Paz Muhammad Yunus, pediu calma à população.
Analistas consideram improvável que a Índia extradite Sheikh Hasina. A legislação indiana não permite entregar estrangeiros para países onde podem ser executados. E Hasina foi, durante mais de dez anos, uma das principais aliadas de Nova Délhi no sul da Ásia.
A ex-primeira-ministra Hasina também enfrenta investigações por corrupção envolvendo projetos públicos de energia, uma das mais sérias acusações financeiras do país. Sua condenação, além de agravar a instabilidade política, lança uma sombra sobre o futuro da economia.
Justiça de Bangladesh condena à morte Sheikh Hasina, ex-primeira-ministra do país, por crimes contra a humanidade
Reprodução/TV Globo
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