Médica espancada por fisiculturista fingiu desmaio com medo de ser morta durante as agressões
25/08/2025
(Foto: Reprodução) Fisiculturista Pedro Camilo Garcia (à esq.) foi preso após espancar a médica Samira Khouri (à dir.)
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Samira Khouri, a médica de 27 anos espancada pelo ex-namorado fisiculturista Pedro Camilo Garcia, de 24, afirma que fingiu estar desacordada após retomar a consciência durante as agressões em um apartamento em São Paulo (SP). Ela alega ter tomado a atitude pelo medo de ser morta.
Eles moravam em Santos, no litoral de São Paulo, mas o crime aconteceu na madrugada de 14 de julho, em um imóvel alugado em Moema, na capital paulista. A médica foi socorrida após um vizinho ouvir a briga e acionar a PM. Ela recebeu alta hospitalar no último dia 27.
Durante o ataque, Pedro fraturou um osso da mão. Ele fugiu para Santos, onde foi preso pela PM. Em audiência de custódia, o fisiculturista teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
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A médica começou a recuperar a memória um mês após o crime, e lembrou que o então namorado chegou nervoso no apartamento após ter sido expulso de uma balada LGBTQIA+. Ele teria arrumado uma confusão no evento porque sentiu ciúmes de um homem que, segundo Samira, era homossexual.
Já dentro do apartamento, segundo o relato, Pedro deu o primeiro soco e a vítima caiu no chão, onde continuou a ser espancada após perder os sentidos. Ela alega que, em determinado momento, retomou a consciência e percebeu que ainda estava sendo agredida.
A médica decidiu fingir estar desmaiada por medo de ser morta por Pedro. Samira pensou que se o fisiculturista a estava agredindo daquela forma achando que ela estava desacordada, poderia fazer pior ao perceber que estava consciente.
As agressões duraram aproximadamente seis minutos e a vítima lembra de Pedro ter dado mais de dez socos após a médica acordar. Em seguida, ele fugiu com o celular e o carro de Samira, que disse acreditar que o fisiculturista provavelmente não gostaria que ela fosse socorrida.
Defesa
Ao g1, o advogado Eugênio Malavasi, que representa o acusado, informou que a defesa somente irá se manifestar "no momento processual oportuno".
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Motivação
Samira afirma que as agressões aconteceram após o fisiculturista sentir ciúmes de um homem em uma balada LGBTQIA+ em São Paulo (SP). O casal estava no evento para comemorar o aniversário da vítima.
O casal fez amizade com três meninos, sendo um casal e um amigo deles que, de acordo com Samira, também era homossexual. Pedro teria ficado nervoso após ver a médica conversando com o único solteiro do grupo e foi expulso pelos seguranças da balada após se exaltar.
Por outro lado, a delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, afirmou anteriormente que policiais perguntaram ao agressor sobre o motivo da violência e ele informou que havia visto no celular da vítima conversas com outro homem.
"Ele teria visto no celular da vítima conversas com um rapaz e, ao mesmo tempo, encaminhamento de nudes para esse rapaz", contou a delegada em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.
Fisiculturista Pedro Camilo foi preso após agredir a namorada em um apartamento alugado em SP
Reprodução
Recuperação
A médica de 27 anos ainda sofre com sequelas físicas e deverá passar por novas cirurgias reparadoras. De acordo com a advogada dela, Samira começou a retomar a memória sobre as agressões e se movimentar com mais segurança.
A vítima, que já foi submetida a diversas cirurgias no nariz, olhos, arcada dentária e seios da face, está sob os cuidados da família em casa. Muito abalada emocionalmente, a jovem está sendo avaliada a cada dia.
De acordo com Gabriela, a médica deverá passar por outras intervenções cirúrgicas futuramente. "Ainda apresenta intenso abalo emocional, intensas sequelas físicas e, obviamente, passará ainda por algumas outras cirurgias reparadoras que serão avaliadas no decorrer do seu desenvolvimento".
Justiça
Pedro Camilo teve o pedido de habeas corpus negado pela Justiça e segue preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, no litoral de São Paulo.
Ao g1, o advogado Eugênio Malavasi informou que a defesa impetrará uma nova ordem de habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando a possibilidade da conversão da prisão preventiva por medidas cautelares diversas.
Por outro lado, a advogada da vítima celebrou a decisão da 7ª Câmara do TJ-SP. "É a segurança da própria vítima e de sua família e também a resposta do poder judiciário para a sociedade que vê diariamente mulheres sendo agredidas, espancadas e, infelizmente, sendo mortas nas mãos dos seus parceiros ou ex-parceiros", disse Gabriela em entrevista ao g1.
Entenda o caso
Vídeo flagra prisão de fisiculturista durante fuga após espancar a namorada médica
Pedro foi preso na Avenida Presidente Wilson, no bairro José Menino, em Santos, no dia 14 de julho. Ele deixou a capital paulista após cometer o crime.
O g1 obteve as imagens do Controle Operacional (CCO) da Prefeitura de Santos, que auxiliaram na prisão do fisiculturista, e registraram a detenção (assista acima).
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