'Quero minha vida de volta': Genilda sofre com crânio aberto e espera por cirurgia há 6 meses em MS
25/06/2025
(Foto: Reprodução) A esperança da idosa foi adiada quando a cirurgia foi cancelada dias antes do procedimento. A Santa Casa de Campo Grande informou por meio de nota que não há prazo para a idosa fazer a cirurgia, mas que ela segue na fila de cirurgias eletivas, de médio prazo. Dona Genilda aguarda há seis meses por cirurgia para reconstruir o crânio em Campo Grande.
Reprodução TV Morena
A família da idosa Genilda Alexandre Lacerda vive um drama desde dezembro do ano passado, quando a dona de casa sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Campo Grande. Devido à gravidade, ela passou por cirurgia e agora precisa reconstruir parte do crânio, que segue aberto.
“Quero ter minha vida normal. A gente está na expectativa que resolva isso, que está muito ruim. Eu também nunca mais fiquei bem. Sinto dor, todo dia tenho dor em um canto”, explica Genilda.
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A cirurgia para recolocar a calota craniana demoraria até quatro meses para ser agendada, porém, já se passaram seis meses. Aguardando pelo procedimento em casa, a filha de Genilda, a auxiliar de recursos humanos, Vera Lacerda, explicou que tem se revezado com a irmã para cuidar da mãe. Após esperar por três meses, sem respostas, a família foi atrás e conseguiu marcar a cirurgia para o dia 17 de junho, porém no dia 12 o procedimento foi cancelado.
“O que nos deixou ainda mais nervosos, porque se fosse um reagendamento, a gente até que ficaríamos mais tranquilos”, disse a filha.
O caso de Genilda para os médicos não é considerado urgente e por isso ela se enquadra em uma cirurgia eletiva, o que pode ser realizada a médio prazo, entretanto como nem agendada a cirurgia está, a família pretende entrar com ação judicial.
Cirurgia havia sido agendada, mas foi cancelada quatro dias antes da internação.
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“A gente não pode sair, fazer mais nada Porque eu não posso ficar sozinha. E agora, como vou fazer? Vou ficar desse jeito toda a vida debaixo desse teto?”, questiona a dona de casa.
Em casos de dúvidas ou demora no atendimento a orientação é procurar a Defensoria Pública. Só este ano, 155 ações foram judicializadas por procedimento cirúrgico em Campo Grande, a maioria delas na área ortopédica.
Segundo a defensora e coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde, Eni Maria Severino Diniz, a saúde pública é a primeira emergência, direito de todos e dever do Estado.
“É importante que as pessoas tenham o conhecimento de que elas podem procurar a Defensoria Pública em qualquer momento desse procedimento. Se ela fez uma solicitação de cirurgia, está esperando, ela tem dúvida se já foi marcado ou não, se tem que esperar mais ou não, ela pode vir à Defensoria para obter as informações, mesmo no começo do atendimento também, nós fazemos essa orientação. De verificar a quanto tempo ela está aguardando, se houve uma modificação no quadro que passou de eletivo, se houve um agravamento da situação”, detalhou.
No caso da Genilda a coordenadora explicou que o procedimento é simples no pedido de auxílio da defensoria. “Traz a documentação que ela tem, documentação médica, solicitação ou as dúvidas que ela tem, para que a gente possa fazer o atendimento e orientação adequada”, disse.
O que diz o hospital?
A Santa Casa de Campo Grande informou por meio de nota que não há prazo para que a dona de casa faça a cirurgia, disse ainda que ela segue na fila de cirurgias eletivas.
“A Santa Casa de Campo Grande informa que a paciente, em questão, esteve, em dezembro de 2024, na instituição devido a um quadro emergencial, que foi oportunamente tratado. Após o tratamento emergencial necessário, recebeu alta para acompanhamento ambulatorial, a fim de programar a conduta definitiva. Portanto, atualmente, trata-se de um quadro eletivo, que será oportunamente agendado”, diz a nota.
Espera por cirurgia: Após AVC, idosa aguarda reconstrução do crânio pelo SUS
Veja vídeo de Mato Grosso do Sul: