Viagem de Natal: como evitar a 'trombose do viajante' em trajetos longos

  • 25/12/2025
(Foto: Reprodução)
Ceia de Natal: confira dicas para não exagerar na comilança e evitar a indigestão As férias de fim de ano costumam vir acompanhadas de viagens longas, aeroportos cheios e horas seguidas sentado em aviões, ônibus ou carros. E é justamente nesse tipo de trajeto que especialistas alertam para a chamada “trombose do viajante”, um problema associado à formação de coágulos no sangue após horas de imobilidade, especialmente em deslocamentos acima de quatro horas. Embora o risco absoluto seja baixo para pessoas saudáveis, médicos explicam que a combinação de tempo prolongado sentado, pouca movimentação das pernas, desidratação e fatores individuais pode favorecer a trombose venosa, principalmente nos membros inferiores. Por isso, a atenção precisa começar ainda antes do embarque, e continuar mesmo depois da chegada (entenda mais abaixo). A trombose acontece quando um coágulo se forma dentro de uma veia e dificulta ou bloqueia a circulação do sangue. Em viagens, o problema está diretamente ligado à redução do fluxo sanguíneo nas pernas. O cirurgião vascular Henrique Lamego Junior explica que, ao permanecer muito tempo sentado, o corpo deixa de usar mecanismos importantes que ajudam o sangue a retornar ao coração. “Se eu estou paradinho, eu deixo de ter essas duas outras colaborações para retorno ao sangue, eu aumento a estase sanguínea, que é a diminuição de fluxo”, afirma. Na prática, essa lentidão favorece a dilatação das veias e cria um ambiente propício para a formação do chamado trombo, a solidificação dos constituintes normais do sangue, que resulta no coágulo (veja a IMAGEM abaixo). Coágulo que causa trombose Reprodução/TV Globo O risco passa a ser considerado relevante a partir de viagens com cerca de quatro horas de duração, especialmente em voos (como os internacionais). Mas além da imobilidade, fatores como poltronas apertadas, compressão da região atrás do joelho, flexão prolongada do quadril e do joelho e até a leve redução da oxigenação do sangue em voos comerciais contribuem para o problema. Segundo Lamego, “a partir de quatro horas aumenta o risco para se ter uma trombose venosa profunda em voos”. LEIA TAMBÉM: Golpe do falso médico se espalha pelo Brasil; entenda como criminosos agem Pílula para emagrecer: o que se sabe sobre remédio que pode ser alternativa às canetas do Wegovy Beber água entre os drinks e os pratos pesados das festas faz diferença para o corpo? Quem corre mais risco e por quê? Pessoas que já tiveram trombose anteriormente, fumantes, pessoas com obesidade, sedentárias, pacientes com câncer ativo, mulheres que usam anticoncepcional oral e homens em uso de testosterona estão entre os grupos que exigem atenção redobrada. Mas a idade também pesa: o risco cresce com o passar dos anos, especialmente acima dos 45 ou 60 anos. O angiologista Caio Cesar Martins Focassio destaca que a imobilidade prolongada costuma vir acompanhada de outro agravante comum em viagens: a desidratação. “Beber água ajuda a manter o sangue menos viscoso e melhora a circulação. Em viagens, especialmente de avião, as pessoas tendem a beber menos líquidos, o que aumenta o risco”, explica. Fora isso, o consumo de álcool e cafeína, frequente em deslocamentos longos, também pode contribuir para a perda de líquidos. Aliado a isso, um dos principais temores associados à trombose também é a possibilidade de evolução para embolia pulmonar, quando parte do coágulo se desprende e migra para os pulmões. Por isso, a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar são vistas como manifestações de um mesmo problema, o tromboembolismo venoso (TEV). De acordo com Focassio, muitas tromboses podem evoluir com algum grau de embolia, inclusive de forma silenciosa. “Felizmente, muitas vezes esse processo pode ser assintomático”, afirma. Sempre que possível, levantar e caminhar alguns minutos ao longo da viagem também faz diferença. Freepik Como se prevenir (antes, durante e depois da viagem)? A boa notícia é que medidas simples ajudam a reduzir o risco. A principal delas é se movimentar. Mesmo sentado, é possível ativar a circulação com exercícios básicos, como movimentar os pés para frente e para trás, fazer rotações com os tornozelos e alternar a elevação dos calcanhares e das pontas dos pés. 👣 Sempre que possível, levantar e caminhar alguns minutos ao longo da viagem também faz diferença. As meias de compressão elástica são outro aliado importante. Elas ajudam a reduzir a estase venosa e melhoram o retorno do sangue ao coração. O cirurgião vascular André Estenssoro explica que a compressão graduada evita que o sangue fique acumulado nas pernas durante longos períodos sentado. “Meias de compressão são excelentes aliadas na prevenção de tromboses venosas”, diz. A indicação e o tipo ideal variam conforme o perfil do viajante, mas, em geral, podem ser consideradas em viagens a partir de três a quatro horas. Mas atenção: após o desembarque, o cuidado deve continuar. Os especialistas alertam que os sintomas podem surgir dias ou até semanas depois da viagem, sendo mais comuns nas primeiras duas semanas. Inchaço persistente, principalmente quando uma perna fica mais inchada que a outra, dor localizada, endurecimento da panturrilha e alterações na cor da pele são sinais de alerta. Para Lamego, a assimetria é um ponto-chave: “Se o edema ou esse aumento de volume é assimétrico, um membro muito mais que o outro, com certeza tem que procurar um atendimento”. Além dos sintomas nas pernas, sinais como falta de ar súbita, dor no peito, tosse com sangue ou desmaio exigem atendimento médico imediato, pois podem indicar embolia pulmonar. ⚠️ Isso porque embora a trombose do viajante seja considerada um risco baixo na população geral, o diagnóstico precoce faz toda a diferença para evitar complicações graves. Em períodos de festas e férias, a recomendação dos médicos é clara: planejar a viagem inclui também cuidar da saúde. Manter-se hidratado, movimentar o corpo ao longo do trajeto e ficar atento aos sinais do organismo são medidas simples que ajudam a transformar a viagem de Natal em um deslocamento mais seguro, do embarque à chegada ao destino. A trombose acontece quando um coágulo se forma dentro de uma veia e dificulta ou bloqueia a circulação do sangue. Freepik LEIA TAMBÉM: Cálculo da proteína: 'macete da multiplicação' na hora de escolher alimentos proteicos funciona? Isotônico é seguro? 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FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/25/viagem-de-natal-como-evitar-a-trombose-do-viajante-em-trajetos-longos.ghtml


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